segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Tudo embaçado em Portugal

Enquanto uma pesada neblina não deixou a competição rolar durante toda a manhã, uma declaração que Damien Hardman deu ontem ao encerrar a prova ficou martelando na minha cabeça:

“A coisa que eu não quero é realizar duas ou três baterias e paralisar o evento. Isso daria uma vantagem a alguns surfistas no dia final”.

Batendo o olho na chave do evento, vemos Mick Fanning na 7ª bateria, sem chances de se beneficiar da situação. Já Parko, na 4ª bateria, tinha boas chances de cair na água e potencialmente surfar uma bateria a menos no dia da final.

Por isso o evento foi paralisado ontem, quando o mar ainda apresentava boas condições.

Uma idiotice na minha opinião, já que está bem difícil realizar meio dia de competição sem interrupções, quem dirá um dia inteiro. Esse nevoeiro de hoje parece até castigo.

São esses conflitos de interesses, onde pessoas ligadas diretamente aos patrocinadores e atletas decidem quando as baterias entram na água, que colocam em dúvida a seriedade e o profissionalismo do surf competição.

A ASP, no meio disso tudo, puxa o bico e concorda com tudo para não perder a boquinha. A palhaçada é tanta que quando chega a hora do gran finale, no Hawaii, ela deixa os havaianos colocarem quantos convidados eles quiserem e faz de conta que está tudo certo.

Precisamos de mudanças. Não de mudanças nos regulamentos. Precisamos de mudanças na postura da ASP no comando dos campeonatos, tomando o controle das ações com profissionalismo para acabar de uma vez com esses conflitos de interesses.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Foto do dia - Rip Curl Pro Search 09

Essa apareceu sem crédito no site...

Após perder para Bruno Santos no primeiro round, o aussie Mick Campbell descontou toda sua frustração na pobre prancha.

Jihad e Heitor também passaram. Jihad surfou bem mas agora encara o Mineiro que, cá entre nós, é o meu palpite para faturar essa etapa, repetindo o feito de Silvana Lima e ganhando duas seguidas.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Sequência do Phil Rajzman no Quebra-Mar de Santos



Nessa onda Phil acertou essa batida e caiu logo depois, mesmo assim a nota foi 6.25. Justo?

Para ver a galeria completa do evento clique aqui.

Rip Curl anuncia novo formato

Acabei de ficar sabendo que o Rip Curl Pro Search 09 vai rolar no novo formato (com a primeira fase eliminatória). É hora de dar uma passada no Fantasy Surfer e no Hi-Scores....

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Ritmo desacelerado

Enquanto no mundo inteiro os campeonatos começam as 8 da matina, na Bahia, como não poderia deixar de ser, o evento amanhã vai começar às 13:00.

Sem preconceito galera (eu sei que é por causa da maré), mas eu bem é que gosto desse ritmo....

Billabong apresenta Surf ECO Festival AO VIVO !

Já começou o WQS em Salvador, Bahia.

O link da transmissão ao vivo já está ai ao lado.

Tito Rosemberg - A utopia do surf

Esse texto foi escrito e publicado no waves em 19/12/2000 e está no site do próprio Tito Rosemberg (http://360graus.terra.com.br/titorosemberg/entrevista_tito.asp?did=6102), o que é uma honra para mim, já que ele é um dos meus maiores ídolos, ao lado do navegador Amyr Klink.

Por mais que eu esteja acostumado a andar de avião, o aviso de apertar os cintos para o pouso sempre me deixa com aquele friozinho na barriga. Ainda mais agora. Pela primeira vez na vida pisaria no velho continente, e o melhor de tudo, para encontrar e cair na estrada com um dos meus grandes ídolos.

Tudo começou quando pesquisava a próxima barca pela internet. Já estava com os olhos ardendo e com o saco cheio de ver sempre os mesmos pacotes turísticos oferecidos pelo mesmo preço entre o monte de agências de turismo quando fui parar num site maneiro: pessoal e cheio de fotos dos quatro cantos do mundo, tiradas por esse mesmo cara que oferecia uma alternativa diferente e tentadora para minha surf trip.

Viajar até o Marrocos de Land Rover para surfar ondas solitárias e perfeitas, com direito a atravessar o deserto e tudo. Dificilmente confiaria a minha sorte nas mãos de outra pessoa para cruzar o deserto a bordo de um carro. Mas nem eu nem ninguém de quem eu já tenha ouvido falar possui melhores credenciais do que meu cicerone.

Ele já viajou por mais de 80 países, já cruzou duas vezes (que eu saiba) o deserto do Sahara em carro próprio, já participou de um Camel Trophy em Bornéu, na Indonésia, onde atravessou uma selva praticamente intransponível com uma linda e competitiva expedição... mas, por mais que eu tentasse, nunca conseguiria lembrar de todas as suas aventuras.

Todas essas imagens e tudo o que eu já havia lido sobre as suas viagens rondavam a minha cabeça enquanto eu desembarcava em meio a multidão.

Alguns minutos se passaram até que eu o avistei me fitando num canto um pouco mais afastado. Não foi difícil entender seu sorriso quando me viu chegando com uma pequena mochila nas costas e uma leve e compacta embalagem com duas pranchas.

"Metade da roupa e o dobro do dinheiro", deixei escapar enquanto apertava sua mão. Ele sorriu mais uma vez e pareceu entender que eu havia devorado todo o conteúdo do seu site, todas as suas colunas e o seu livro. "Tito, é um enorme prazer conhecê-lo pessoalmente e, sobretudo, poder viajar e aprender um pouco com você", falei com toda a sinceridade do mundo.

"Deixa de frescura, moleque, o prazer é todo meu em poder te levar pra pegar umas boas. Amarra logo essa prancha aí em cima e vamos nessa". O barulho daquele potente motor a diesel ligando soou como a mais bela música em meus ouvidos. À medida que andávamos o papo ficava mais e mais agradável. Reggae no toca-fitas, um swell a caminho, pranchas boas no rack, uma barraca confortável no porta-malas... enfim, não havia nada no mundo que precisássemos que não estivesse naquele carro.

Cruzamos o estreito de Gibraltar com o carro a bordo de um navio. A viagem entre Algeciras (Espanha) e Ceuta (África) passou num piscar de olhos e, antes que me desse conta, já estávamos no litoral marroquino. A nossa primeira parada foi em Mehdiva-Plage, onde surfamos geladas direitas quilométricas por horas, sempre ladeando um pomposo quebra-mar. Foram alguns dos mais longos tubos da minha vida, até então.

Descemos mais algumas centenas de quilômetros e paramos em Agadir para fugir do crowd. Foi difícil acreditar na perfeição das ondas de Killer´s e Ancre. Direitas e esquerdas do mais alto quilate me faziam pensar a todo instante que estar ali, surfando sem crowd e tão bem "guiado" era digno dos mais belos e inspirados sonhos.

Surfamos mais um punhado de ondas perfeitas e vazias nessa viagem. Foram incontáveis tubos. Cada um incentivando o outro ao máximo. Dividíamos aquelas ondas sem um pingo sequer de egoísmo. Em nenhum momento peguei duas séries seguidas sem que antes ele pegasse a dele, e vice-versa. Não deixamos sequer um papel de bala naquele lindo e infinito deserto.

À noite, ficávamos em volta da fogueira para nos esquentar ao som de seu violão, ou conversando sobre os problemas do mundo e qual é a nossa parte nessa história. Sobre a situação do nosso país e o comodismo do nosso povo, incapaz de sequer levantar a voz contra nossos representantes corruptos.

Falávamos sobre a falta de união e de engajamento dos surfistas quanto à preservação das nossas praias. Sobre o violento crowd em nossas praias, onde todos querem pegar todas as ondas para esconder a frustração alimentada pela mídia por não sermos o Kelly Slater, por não sermos campeões mundiais.

Felizmente, aprendi a tempo a não me calar diante de tanta coisa errada e de fazer a minha parte nessa história. A trabalhar no que estiver ao meu alcance para deixar um mundo melhor para os meus filhos. E tudo isso aprendi entre braçadas e tubos. Descobri que por mais alienante que o surf possa ser, há espaço na cabeça do surfista para trabalhos sociais e para engajamentos políticos.

É por isso que continuo a me perguntar sobre quem deveria servir de exemplo para as novas gerações de surfistas. Seria aquele moleque folgado com um quarto cheio de troféus, mas que rabeia todo mundo, que se orgulha em quebrar pranchas (muitas vezes a socos por ter perdido uma bateria), mas não sabe nem como elas foram feitas, que sente orgulho por pegar algumas boas ondas num pico que só este ano já apareceu 20 vezes nas revistas?

Ou o exemplo deveria ser aquele cara que conheceu o mundo inteiro com as próprias pernas, que já perdeu as contas de quantas ondas perfeitas já surfou antes que elas fossem publicadas sequer uma vez numa revista, que batalha para ajudar os índios e os povos nativos de cada lugar por onde passou e que, ainda por cima, é capaz de falar e de escrever bem para dar continuidade ao seu legado?

Independente de quem deveria ser o exemplo das futuras gerações, o meu ídolo no surf é o único surfista capaz de me ensinar essas lições. Valeu, Tito Rosemberg, continue na luta que ela dará resultados. E obrigado por me ciceronear nessa viagem, em que plano for.

Minha mãe não entendeu nada quando apareci na cozinha falando do Marrocos, com a cara amassada e um copo d'água na mão. "Liga não, mãe. É que o meu sonho foi bom demais", falei sorrindo, enquanto saía da cozinha.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Martin Potter e Ronnie Blake na Rip Curl?!

Pottz vestindo a camisa da Rip Curl, aqui ao lado de Damien Hardman, diretor de prova do Pro Search em Peniche.

Estranhei ver Martin Potter e Ronnie Blake no webcast da Rip Curl.

Seria esse um sinal de mudanças no formato das transmissões ou apenas dois funcionários que mudaram de empresa?

Ainda não sei a resposta oficial, mas gostaria de ver meu ídolo Pottz em todos os webcasts do circuito mundial.

domingo, 18 de outubro de 2009

Afogamento no Guarujá

Hoje tive a infelicidade de presenciar um rapaz morrer afogado na praia da Enseada, no Guarujá. Estava surfando e tentei ajudar no resgate, mas dessa vez não deu. A correnteza estava forte e o rapaz não conseguia se manter na superfície nem por um segundo, tamanho desespero. Mais 15 segundos e eu chegava nele. Os salvavidas chegaram e ficamos um bom tempo procurando o corpo, que não apareceu.

Já participei diversas vezes de salvamentos e até fiz alguns sozinho, sempre com sucesso. Cheguei muito perto de salvar o cara, que em nenhum momento me viu. Ele lutava para voltar para a praia e estava de costas para mim, que vinha do fundo.

Primeiro escutei um grito de desespero, não foi o clássico grito de "socorro" que já deixa claro que se trata de um afogamento. Foi apenas um grito para chamar a atenção dos amigos que estavam mais no raso. Quando olhei não vi nada.

Não vi nada, mas já fiquei esperto. Quando escutei o segundo grito consegui ver de rabo de olho o cara afundando, se debatendo. Remei na direção dele o mais rápido possível, mas ele estava se afogando, sendo arrastado sem que eu pudesse fazer nada. Estava chegando perto com ele em vista. Deixei passar uma ondinha na aproximação, quando estava a uns 15 metros no máximo, e isso foi o bastante para perder ele de vista. Talvez não devesse ter deixado passar a ondinha, mas o meu julgamento no momento foi que se eu pegasse a onda, acabaria me afastando mais da vítima, já que a correnteza puxava pra esquerda e a onda era uma direita.

Fiz tudo o que estava ao meu alcance, mas confesso que no final de tudo eu fiquei mal.

Precisava desabafar.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Oakley Pro Junior Global Challenge Bali


Vídeo do dia 4. Altas ondas. Alejo quebrando...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Mineiro na cabeça


Vídeo da semifinal entre Adriano de Souza x Kelly Slater.

Com um desempenho irrepreensível Adriano de Souza acaba de conquistar a sua primeira vitória na elite mundial do surf profissional.

Mineirinho surfou muito, somando 16.33 para derrotar o havaiano Freddy Patachia nas quartas de final, 16.00 para derrotar Slater na semi e 16.40 para derrotar o australiano Chris Davidson na final.

Valeu Mineiro!!!


Mais fotos do Circuito Costa Mata Atlântica de Longboard

Leco Salazar ficou em segundo....
mas impressionou na SUP
Adivinha quem levou a SUP? Picuruta, é claro!
No total, Picuruta surfou 6 baterias no Domingo
e fez a mala da molecada surfando muito
Mulinha venceu a Longboard Profissional
e fez história no Quebra-Mar
ao somar 20.00 na semi e 19.60 na final
Pódio clássico
Phil novamente caiu diante de Picuruta
e como sempre vendeu caro a derrota
e atraiu os holofotes
Viúdes mostrou muita consistência até a final
Bahia em mais um noseride
Almir Salazar faturou a Master com facilidade
dedicou a vitória ao filho Almirzinho de apenas 2 meses
e comemorou bastante




sábado, 10 de outubro de 2009

Circuito Costa Mata Atlântica no Quebra-Mar de Santos

Hoje passei o dia no Quebra-mar fotografando o campeonato de Longboard. Deu altas ondas e a galera quebrou. Alto nível. Infelizmente o tempo não colaborou e a chuva dificultou muito o trabalho da imprensa.

Apesar das ventanias e temporais, deu tudo certo. Confira abaixo um pouco do meu trabalho.

Phil quebrou a vala

Mais um high score

Mulinha sem dó

Bico no estilo

Roger Barros no caminho certo

Leco surfou muito

Abolição continua vivo na disputa

Picuruta debaixo d'água!?!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Recomeça no Rio

Enquanto do outro lado do Atlântico o flat continua, por aqui a angustia acabou.

O campeonato recomeçou no Arpoador. As condições estão muito difíceis, mas a expectativa é que o mar fique bom nos próximos dias.

O ponto alto do webcast até agora foi o bate papo com Bruno Santos, com direito até a uma palinha do Gabriel Medina.

É legal ver um surfista profissional consciente como o Bruninho, vestindo a camisa do patrocinador com orgulho.

Parabéns ao Bruninho e a Rip Curl.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Vídeo da Silvana fazendo a mala na Austrália

Final Day Highlights 2009 Commonwealth Bank Beachley Classic

Começou em Mundaka



O campeonato começou em Mundaka com ondas boas, mas inconsistentes, no que foi classificado de swell surpresa. Estão utilizando o formato novo, com o primeiro round eliminatório. Para variar rolaram apenas 8 baterias.

O Jihad passou e o Heitor perdeu. O Mineiro entra só no segundo round.

O bicho tá pegando no QS

O Local Motion terminou no Guarujá e apesar de morar perto da praia do Tombo, acabei preferindo surfar no meu tempo livre (tinha altas) e só assisti o evento pela Internet, o que, cá entre nós, algumas vezes é melhor do que assistir na praia, tendo que fazer uma social e coisa e tal.

Sempre fico feliz quando um brasileiro ganha. Ia dizer que fico ainda mais feliz quando um underdog faz a mala dos favoritos, mas o Renato Galvão é bi-campeão do Super Surf e merece respeito. Acho que ele surfa muito e poderia se criar no CT. Com a vitória ele foi para 37º no ranking e tem 3 resultados muito baixos para trocar. Ainda pode surpreender.

Agora que já vamos chegando na reta final do circuito, vai ficando cada vez mais difícil trocar resultados e avançar no ranking.

Na minha opinião o título desse ano deve ficar mesmo entre os 3 primeiros, que estão super embolados. São eles Daniel Ross (14.975), Jadson André (14.813) e Owen Wright (14.338). Todos eles trocam resultados altos e precisam chegar longe para melhorar no ranking. É claro que vou ficar na torcida pelo Jadson.

Já no outro oposto da zona de classificação, William Cardoso vai ter muito trabalho para garantir a sua entrada na elite. Ele está em 14º, com 11.151 pontos, e pelo andar da carruagem vai precisar somar mais 2000 pontos para garantir de vez a sua vaga.

Entre os 30 primeiros do ranking temos mais 4 brasileiros: Rodrigo Dornelles (20º), Marco Polo (23º), Wiggolly Dantas (25º) e Léo Neves (30º). Desses, Marco Polo tem 3 resultados baixos (abaixo de 1000 pontos) para trocar, o Guigui tem 2 e o Pedra apenas 1. Já Léo, que não teve nenhum resultado super expressivo no ano, troca 1125.

De fora dos 30, outro brasileiro que tem boas chances, na minha opinião, é o Neco, que está em 34º e tem 4 resultados muito baixos para trocar. Ele parece ter perdido um pouco o embalo depois de mais um retorno triunfal, mais ainda assim boto fé nele.

O WQS do Rio já começou. O primeiro round está rolando em ondas de meio metro.

domingo, 4 de outubro de 2009

Silvana Lima estraga festa australiana



Silvana Lima, assim como Mick Fanning, venceu seu segundo campeonato seguido do WT, e o que é mais difícil, na Austrália sobre Stephanie Gilmore.

As meninas estão surfando muito e tem dado gosto de assistir. Sem falar que entre elas tudo pode acontecer, e de fato acontece. Como meninas de 12 anos ganharem o campeonato e estreantes vencerem o circuito. Adoraria ver um pouco dessa imprevisibilidade no WCT masculino.

Com a vitória, Silvana põe fogo na disputa pelo título.

A Australiana no momento soma:
1 2 2 - Total 3144

Já a Brasileira:
9 1 1 - Total 2760

Sem esquecer que entre as mulheres rola 1 descarte ao final do ano.

A brasileira está em ótima posição para brigar pelo sonhado título mundial. Faltava só ela começar a vencer. Agora não falta mais.

A próxima parada das meninas será em Portugal, onde elas farão parte do Rip Curl Pro Search pela primeira vez, com o evento rolando paralelamente ao masculino.