segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Tudo embaçado em Portugal

Enquanto uma pesada neblina não deixou a competição rolar durante toda a manhã, uma declaração que Damien Hardman deu ontem ao encerrar a prova ficou martelando na minha cabeça:

“A coisa que eu não quero é realizar duas ou três baterias e paralisar o evento. Isso daria uma vantagem a alguns surfistas no dia final”.

Batendo o olho na chave do evento, vemos Mick Fanning na 7ª bateria, sem chances de se beneficiar da situação. Já Parko, na 4ª bateria, tinha boas chances de cair na água e potencialmente surfar uma bateria a menos no dia da final.

Por isso o evento foi paralisado ontem, quando o mar ainda apresentava boas condições.

Uma idiotice na minha opinião, já que está bem difícil realizar meio dia de competição sem interrupções, quem dirá um dia inteiro. Esse nevoeiro de hoje parece até castigo.

São esses conflitos de interesses, onde pessoas ligadas diretamente aos patrocinadores e atletas decidem quando as baterias entram na água, que colocam em dúvida a seriedade e o profissionalismo do surf competição.

A ASP, no meio disso tudo, puxa o bico e concorda com tudo para não perder a boquinha. A palhaçada é tanta que quando chega a hora do gran finale, no Hawaii, ela deixa os havaianos colocarem quantos convidados eles quiserem e faz de conta que está tudo certo.

Precisamos de mudanças. Não de mudanças nos regulamentos. Precisamos de mudanças na postura da ASP no comando dos campeonatos, tomando o controle das ações com profissionalismo para acabar de uma vez com esses conflitos de interesses.

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